quarta-feira, 21 de dezembro de 2016






Clube dos Clássicos Vivos - Votação para Janeiro e Fevereiro



As votações do livro a ler durante os meses de Janeiro e Fevereiro de 2017 acabaram ontem e o vencedor foi O Crime do Padre Amaro, de Eça de Queiroz.

Quem se quiser juntar a esta leitura e subsequente discussão, pode fazê-lo aqui

Kisses da vossa Geek



Opinião


O sentido do Fim




"A história não são as mentiras dos vitoriosos - são antes as memórias dos sobreviventes, a maioria dos quais não são nem vitoriosos nem derrotados."


Tony Webster está na sua reforma. Divorciado, com uma rotina estável, com os netos a alegrarem-lhe a existência, com uma boa relação com a ex-mulher e de uma forma geral contente com a sua vida, vê a mesma ser perturbada de um  modo irreversível pela chegada da carta de um solicitador, onde se explica que lhe foi legado em testamento o diário de um amigo de adolescência, Adrian Finn.


Tudo isso vai perturbar a paz de Tony - com foco para assuntos não resolvidos do seu passado. Vai trazer à baila toda uma panóplia de situações que ele passou por cima, sem lidar com elas. A vida meteu-se pelo meio e só agora, com esta herança inesperada, vinda em circunstâncias no mínimo estranhas, é que se lhe vai proporcionar a oportunidade de resolver de vez os assuntos pendentes.


"Pensávamos que estávamos a ser maduros quando estávamos apenas a ser seguros. Nós imaginávamos que estávamos a ser responsáveis, mas estávamos unicamente a ser cobardes. Aquilo que chamávamos de realismo acabou por ser apenas a maneira de evitar os assuntos sem lidar com eles."


Este é um livro introspetivo, onde o tema central são as seguintes reflexões: será que é tarde para mudar? Para perdoar? Será que, em determinadas alturas da nossa vida, simplesmente contentamo-nos com uma versão dos acontecimentos, tentando poupar os nossos sentimentos, de modo a podermos seguir em frente? São todas estas questões que o livro tenta responder.


Como todos nós, o protagonista começa esta jornada cheio de certezas e acaba a ver as suas ideias alteradas e as suas noções de vida a evoluir em novas direções. Sentimentos que pensava não ir sentir e reações inesperadas perante algumas situações, são algumas das emoções que Tony vai ter e que irá lidar com elas ao longo da narrativa.


A escrita de Julian Barnes leva-nos entre a vida presente de Tony e a sua vida passada, nomeadamente entre a adolescência e os primeiros anos de vida adulta dele e do seu grupo de amigos, de uma forma fluída e com transições bem feitas entre as duas linhas temporais.
Vemos também tratados os temas de casamento, solidão, suicídio e adolescência de uma forma muito natural e orgânica.
Gostei de viajar pela vida e pelas dúvidas de Tony e de descobrir interações entre ele e as pessoas importantes da vida dele tão reais, tão palpáveis.

Nota: As citações foram traduzidas livremente por mim, pois li o livro em inglês. Peço desculpa por qualquer eventual erro de tradução.

Kisses da vossa Geek

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016





Apresentação de Projeto

Historiquices


Sou uma apaixonada por História e por romance histórico e decidi em 2017 iniciar um projeto que consiste em combinar datas históricas com leituras e visionamento de filmes, séries ou documentários sobre uma determinada pessoa ou de temas relacionados com a época dessa mesma pessoa. O projeto vai ter a duração de 1 ano e este ano vai incidir sobre mulheres com relevância histórica em diversos quadrantes.

JANEIRO
Inês de Castro

FEVEREIRO
Rainha Victória

Março
Irmãs Brönte

ABRIL
Lucrécia Bórgia

MAIO
Catarina, a Grande

JUNHO
Pearl S. Buck

JULHO
Jane Austen

AGOSTO
Cleópatra

SETEMBRO
Agatha Christie

OUTUBRO
Louisa May Alcott

NOVEMBRO
Marie Antoinette


DEZEMBRO
Catarina de Bragança

Todos estão convidados a juntarem-se a mim e podem fazê-lo da forma que mais gostarem: ou seguindo os desafios tal como os apresentei, salteando os temas ou apenas usando a hashtag #historiquices sempre que leiam um romance histórico ou de não-ficção sobre qualquer outro tema ou figura que vos agrade. Farei uma recolha de todas as publicações nas redes sociais as quais irei incluir no meu wrap-up mensal do projeto.

Como a primeira figura será Inês de Castro, já para o mês de Janeiro, deixo em seguida algumas recomendações de livros, filmes, séries e documentários.

LIVROS


FILMES

SÉRIES
Este é o link para a série portuguesa Pedro e Inês, 2º episódio, quando ela entra em cena aqui


DOCUMENTÁRIOS
O único que encontrei está aqui


Então, quem vai participar? Contem-me tudo!

Kisses da vossa Geek

domingo, 18 de dezembro de 2016






Vamos Geekar com Séries de Época 2


Agatha Christie

Um das grandes escritoras de crime mundial - e certamente uma da mais conhecidas - e fonte de inesgotáveis versões televisivas dos seus livros.
Os detetives dela são por demais conhecidos e decidi juntar todos neste post de quase homenagem a esta "instituição", que é Agatha Christie.

Esta simpática senhora inglesa, uma avó digna de qualquer série de drama de época, tinha uma mente um pouco macabra. Ela aproveitou a sua experiência enquanto enfermeira durante a I Guerra Mundial, para ficar com um manancial de conhecimentos médicos, que mais tarde iria utilizar. Mas não se julgue que há muito sangue - é apenas o refinamento de enredo e de causas para o crime que constitui o centro dos livros dela.
Os detetives designados - que passarei em seguida a ilustrar - são confrontados com crimes de solução virtualmente impossível, apenas deslindados pelos seus extraordinários poderes de observação, dedução e lógica imbatível.

O mais conhecido de todos será Poirot.


Quem não se lembra da famosa frase dele referindo-se ás suas "células cinzentas"? Este grande detetive belga - e não francês, como toda a gente teima em se lhe referir! - antigo polícia, na sua reforma transforma-se em grande detetive privado, ao qual chegam os grandes crimes insolúveis de gente da alta sociedade mas também de gentios. Com a sua calma e dedução (e também um bocadinho de TOC), ele avança na solução do crime com implicações várias, sempre com a sua equipa em redor para o ajudar nos seus intentos, em busca da verdade.
O "meu" Poirot será sempre o actor David Suchet - para mim, ele encarna tudo aquilo que os livros de Agatha Christie me transmitem desse personagem.


A senhora que se segue também não é uma estranha. Será Miss Jane Marple, moradora na pacata vila inglesa de St Mary Mead.

Esta velhota simpática e aparentemente metida consigo própria é dona de uma mente aguçadíssima. Nada lhe escapa em termos de observar os outros e em aplicar a sua própria experiência de vida para poder chegar ao criminoso. Ninguém lhe dá grande crédito, todos começam por tratá-la como um grande empecilho, mas cedo descobrem que esta senhora de aparência tranquila e até meia aérea está mais em sintonia com o que a rodeia do que os policias "á séria".
Esta personagem já teve várias versões: a primeira que me lembro de ver tem Joan Hickson, nos anos 80

e mais recentemente, vemos Geraldine McEwan, falecida a meio das gravações da série

e substituída por Julia McKenzie.

Todas, para mim, têm o perfil que imagino em Miss Marple a partir dos livros, embora a minha preferida seja a Geraldine McEwan.


E finalmente, chegamos ao único par de detetives e também aos que menos versões televisivas tiveram - Tommy e Tuppence.
Eles são namorados, noivos e detetives particulares. Também são os únicos que, ao longo dos livros "envelhecem" ou seja começam por namorados nos loucos anos 20 e vão, em cada livro, mudando o seu estado - casados, com filhos, a viver a reforma. Têm uma dinâmica muito engraçada: o Tommy mais cerebral e a Tuppence mais emocional. 
As séries têm como protagonistas, na mais recente David Williams e Jessica Raine


e na mais antiga, dos anos 80, Francesca Annis e James Warwick



Por último, temos uma mini-série televisiva recente, baseada no livro And There There Were None ou As 10 Figuras Negras, que não tem um detetive per si, mas várias pessoas que tentam descortinar o porquê  de terem sido convidadas para uma festa numa ilha isolada. Tem atuações espetaculares e é para mim o livro com o enredo mais invulgar de sempre.


A série conta com um elenco de luxo onde se contam Sam Neill, Miranda Richardson e Aidan Turner.

E vocês, gostam de Agatha Christie? Gostam destas adaptações? Eu adoro e sempre que as vejo passar na televisão, páro e vejo. Os cenários são requintados e adequados á época que retratam, o guarda-roupa irrepreensível e as paisagens lindas.

Kisses da vossa Geek