quarta-feira, 18 de janeiro de 2017


Internet - amiga e aliada ou um mal necessário?


Desde o início do ano que me tenho vindo a aperceber, por relações próximas e outras menos próximas, de uma preocupação crescente com o tempo que se passa na Internet. Após ler o texto da Cláudia Simões e especialmente após uma conversa com a mãe de uma colega de sala do meu filho, fiquei com a impressão que andamos todos com o mesmo assunto na cabeça.

Ora, dizia-me essa mãe que tem uma amiga que está a pagar cerca de 1500 euros semanais, para que o filho seja desintoxicado da net. Todo o conceito de desintoxicação de Internet é-me completamente estranho, mas sendo uma adição, suponho que tenha que haver quem trate. Passando isso à frente, ficamos com algumas questões - usamos demasiado a Internet? Quando é que é demasiado? Há limites e barreiras?

A Internet veio revolucionar hábitos de um modo geral, desde a compra de mais e melhores telemóveis até aos tablets e computadores, de modo a podermos usufruir dela da maneira mais cómoda. Não podemos negar isso nem arrepiar caminho no sentido inverso - seria inútil e não traria nada de melhor em troca. Os hábitos já estão por demais enraizados e quer queiramos quer não -  a Internet é útil, faz parte do nosso dia-a-dia, é uma ferramenta já muito integrada em todas as partes da nossa vida, quer familiares - com a possibilidade de manter contacto com quem está mais longe - como laborais, como de entretenimento.
O problema bate quando a utilização interfere com o bom funcionamento e gerência da vida pessoal.

Quando ir e ficar na Internet, quer nas redes sociais, quer nos jogos se torna o centro do dia e não um de elemento de lazer. O roubar horas de sono para jogar. O tirar tempo à família e amigos que estão perto, para poder só pôr mais aquele like ou ver o feed. É o não saber viver sem ter aquele "apêndice" sempre ali e quando não há, por algum motivo, haver reações extremas que podem começar em crises de ansiedade e inclusivamente poder ir até à violência física. Isto tudo parece muito rebuscado, mas não é. Trata-se de uma adição e como tal, o corpo e a mente habituam-se à "dose", com efeitos iguais aos que a Christiane F. nos relatou naquele livro choque, Os Filhos da Droga. Tudo quanto domine o ser humano a esse ponto é mau.

Mas isto é um caso extremo.

Vamos pôr agora a questão do lado de utilizadores sem adições, mas que mesmo assim acham que passam demasiado tempo, que a Internet distrai muito e que acabam por não ser tão produtivos por causa dela. E mais específicamente, a resolução de haver um dia estipulado na semana, em que se está offline.


Falando por mim e pela minha experiência, até há bem pouco tempo passava vários dias por semana sem vir á net. Não sentia falta, mas também não acho que fosse particularmente mais produtiva por causa disso. Penso que quando há vontade e uma utilização conscientes, não é necessário haver dias marcados para não se aceder. Nunca deixei de ir passear, ter visitas em casa, ler, dar atenção ao meu filho e restante familia por causa de estar conectada, até porque prefiro o contacto pessoal e a partilha face to face. Gosto de conversar a olhar a pessoa nos olhos.
Mas, por causa da internet ,encontrei mais pessoas com os mesmos interesses que eu, com quem fiz amizade e que adorei e adoro conhecer - se não houvesse Internet, teria mais dificuldade em conhecer essas pessoas, comungar e explorar esses interesses. Se não houvesse Internet não haveria este blogue....
Para mim, e isto é uma opinião muito pessoal, tudo na vida com conta, peso e medida nunca fez mal a ninguém - nem 8 nem 80. Porque já lá dizem os antigos "tudo o que é demais, é moléstia".

E vocês - qual é a vossa opinião? Digam tudo nos comentários.

Kisses da vossa Geek

8 comentários:

  1. Excelente post... Acho que todos nós devia-mos colocar a mão na consciência e fazer o que fizeste... Sou sincera, felizmente sou um pouco desligada da net, não sinto pressão quando não a tenho, não tenho necessidade de a usar todos os dias a toda a hora, se ficar um mês sem net não notava muita falta... Ando de vez em quando pelas várias redes sociais, faço um ou outro comentário, acabo por andar um pouco na sombra, porque quase nunca consigo estar em cima dos assuntos, porque sou lenta a escrever e a responder, porque fico naquela de que estou a intrometer-me onde não sou chamada, porque só venho quando me apetece e não por sentir que tenho de vir, talvez por isso nunca tenha conseguido fazer grandes amizades online... Enfim não sou grande dependente da net, às vezes tenho a sensação de ser do tempo das cavernas... Mas depois penso para comigo, quem é que está mal, sou eu ou os outros?... Chego à conclusão de que sou muito feliz assim...;) Beijokas :*

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    1. Olá Tania
      O que quis dizer é que não há respostas erradas quanto a este assunto, desde que não se vá até ao vicio. Cada um é que deve encontrar o tipo de utilização saudável para o seu estilo de vida. Se te encontras satisfeita com a maneira como utilizas a Internet, então soubeste escutar-te a ti propria e encontraste a resposta, mesmo que inconscientemente.
      Beijinhos e obrigada.

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  2. Mais um tema excelente =)
    Primeiro que tudo, ainda estou em choque... 1.500€/semana???? Já por mês, achava um absurdo, quanto mais por semana? Uma loucura!
    Mas adiante...
    Acho que os smartphones vieram tornam a internet e as redes sociais mais "viciantes" pois, em qualquer altura e qualquer lugar, consegues aceder e pode aumentar a dependência.
    Como tudo na vida, tem que haver moderação. É certo que também passo algum tempo "agarrada" ao pc e ao tlm" mas acho que não sou uma viciada.
    Consigo passar um fds sem ligar o pc, apesar de ligar a net do tlm algumas vezes, mas mais para ver se recebi algum email mais importante (se bem que não recebo muitos) e se alguém falou comigo usando as redes sociais. Mas acho que vou fazer a experiência de estar, pelo menos um dia, sem ligar a net do tlm e ver como me dou.
    Por isso, concordo contigo. Nem 8 nem 80 =)
    Beijinhos

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    1. Olá Tita
      Deves fazer então a experiencia mas se a tua relação com a Internet é como descreves, não vais sentir muitas diferenças, penso eu. Todos ligamos o PC e o smartphone mas a diferença é o que vamos lá fazer de especifico -se ligas porque vai ver os emails que tens ou vais pesquisar ou fazer posts ou editar videos, isso é diferente do infinite scroll pelo feed por defeito, percebes?
      De resto, o que quis salientar é que cada um deve encontrar uma solução à medida da sua utilização, de modo a nã atropelar os outros aspetos da sua vida.
      Beijinhos e obrigada

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  3. Onde é que está a minha resposta? Eu fui a primeira e desapareceu...
    Que se passou? :(
    Já andas com o lápis azul na mão? lol

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    1. Juro que não vi nada nem apaguei nada - big brother is watching you heheheh

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  4. Olá!!
    Concordo!! O importante é o equilíbrio. E s calhar tentarmo-nos tão perdidas e focarmos no essencial na internet. Não nos perdermos. É difícil, muito. Mas é um trabalho contínuo. Para nosso bem e para o da nossa família.
    Beijinhos

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    1. Olá

      Equilíbrio é a palavra-chave, para mim. Ter tempo para tudo e para todos com prioridades bem definidas é o que penso que alcancei. Mas, é como dizes: é um trabalho contínuo para não ceder esse "terreno" a coisas que nos consomem o tempo sem nos trazerem nada em troca.

      Beijinhos

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