quarta-feira, 1 de março de 2017

Óscares - Sumário Pessoal

Após a cerimónia e já com os parabéns entregues aos vencedores, venho fazer o meu balanço dos filmes que vi e que estavam nomeados aos Óscares.
Não vi todos - apenas 6 - e aqui vão eles:


Poderão dizer que a Natalie Portman esteve irrepreensível. Eu também poderei dizer o mesmo. Mas o ritmo e cadência do filme e até o que deixaram subentender da relação dela com Jack não se coaduna com o que já vi e li acerca deles. Todo o ar de que eles eram muito unidos enquanto casal, que o filme deu a entender, não existia. Além de que os episódios e a própria estrutura do filme aborreceram-me de tal modo, que nem acabei de ver. Palmas para o guarda-roupa e para o trabalho de transfiguração da Natalie que, isso sim, é de louvar.


Este foi o único que fui ver ao cinema. Fiquei agradada com a estética do filme, aquele old time feel dos musicais dos anos 40 - até o guarda-roupa foi pensado nesse sentido. Mas dizer que alguma parte do filme, tirando a fotografia e canção, foram tão excepcionais que mereceram a chuva de nomeações e consequentes Óscares, não vi nada digno disso. Vi um filme a tempos leve, a tempos que me fez pensar, mas o sentimento que ficou foi de que não passou de um bom entretenimento e que o final poderá ficar na memória pela espetacularidade, mas não mais que isso.





Foi o primeiro que vi e fiquei bem surpreendida por ter sido apenas nomeado em 2 categorias, uma delas de menor relevância. Este filme é totalmente visual, lindo ao nível da fotografia, interpretações, argumento, guarda-roupa. Foi completamente ignorado pela Academia, a par com o Silêncio e o Birth of a Nation.


Mereceu todas as nomeações e mais que houvessem. Filme lindo, sentido - tal como o são todos os filmes baseados em peças de teatro. Filme assente apenas em excelentes interpretações e gostei imenso que a Viola Davis tivesse ganho, pois se o Denzel foi um protagonista excelente, ela não se ficou nada atrás, partilhando de igual modo o peso e ritmo do filme. Diálogos bem cadenciados, emoções á flor da pele. Há muito tempo que não assistia a um filme deste nível.


Uma historia real sobre as 3 primeiras engenheiras afro-americanas da NASA. Uma história desconhecida para mim e para a maioria dos espectadores e que contou com uma interpretação da Taraji P. Henson que merecia uma nomeação. No seu todo, o filme não conta nada de novo, é uma história de superação de obstáculos por parte de 3 mulheres negras nos anos 60, ainda com a segregação racial muito arreigada. Vale sempre pela inspiração e pela mensagem de que todos somos iguais.


Foi o último filme que vi, precisamente no domingo, antes da cerimónia. Fiquei fã de Mel Gibson como realizador. E fiquei fã do Andrew Garfield pela sua interpretação e entrega brilhantes. Faço menção honrosa ao Vince Vaughn, por um papel que sai fora da sua zona habitual e que não se saiu nada mal.  Mais uma história real, de uma pessoa que poucos americanos devem conhecer e que, á revelia das imposições que lhe fizeram, conseguiu fazer valer as suas convicções e ainda ser reconhecido por tal. Tudo isto foi feito a um preço alto, mas quem acredita, não vacila. Um filme com um bom visual, bons efeitos especiais e muito bem interpretado.

Kisses da vossa Geek

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Opinião

Livrolândia

Começo por dizer que este livro foi-me enviado pelo autor e que li em conjunto com outras 3 meninas -  Isaura, Patricia e Dora.

Livrolândia é uma fábula, onde os livros têm uma vida própria em todos os locais onde habitam: bibliotecas, alfarrabistas, feiras do livro, livrarias. Entre a meia noite e as 6 da manhã, ergue-se Livrópolis, uma cidade de papel com bairros, escolas, livros-polícia (onde o comandante é, sem surpresas, Sherlock Holmes) e outras valências, tal como uma cidade habitada por humanos (Gigantes...., como eles lhes chamam).
Mas os hábitos de leitura estão a morrer e os livros decidem ir em busca de um continente perdido, que lhes garanta vida eterna. É esta a premissa do livro.

Embora conseguindo ver que não sou o público alvo para esta leitura - além de ter idade a mais, não gosto particularmente de fantasia - o conceito é diferente e permite passar uma série de mensagens bastante interessantes.
Para mim o ponto mais negativo é a escrita: está demasiado trabalhada para uma criança pegar nele e se interessar, com referências a livros que vão passar despercebidas e demasiado simplista e repetitiva para um adulto.
Pelas imagens que evoca e pela escrita cheia de diálogos, funcionaria melhor enquanto livro infantil, com umas boas ilustrações para acompanhar o texto, pois este é muito visual.

Kisses da vossa Geek

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Opinião

Uma Mulher Respeitável


Li este livro no âmbito da maratona Carnaval-a-Thon, no grupo do facebook Tuga-a-Thon, da Elsa Esteves  e da Filipa Dias.

Foi uma estreia com esta autora portuguesa .

Leonor Sanches é uma mulher tão misteriosa quanto  a sua aparência é pouco usual. Ela é a nova Condessa de Cerveira, casada com John St Clair, um aristocrata inglês a viver em Portugal. John está encantado com a sua bela, inteligente e obediente esposa, mostra-a por todo o Porto e toda a Lisboa como se fosse um troféu, mas os bons tempos depressa azedam. E Leonor vê-se na contingência de sobreviver.
Mariana de Albuquerque e Turner é a viúva de um comerciante de vinhos, também inglês, que tem uma demanda de muitos anos, por um segredo envolvendo as altas esferas da aristocracia e burguesia portuense, uma vez que grande parte do enredo se centra naquela cidade. Ela é uma sobrevivente do Cerco do Porto, pelas tropas francesas liderados por Soult, e sofreu uma perda irreparável.

A beleza deste livro é entrar nele sabendo pouco ou nada, pois está escrito em jeito de thriller. Temos todos os elementos: segredos, vinganças, traições, adultério, culpa e, a par com estes elementos está uma crónica da sociedade portuguesa do séc XIX após as invasões francesas, que foi um marco, um acontecimento fracturante na sociedade portuguesa. Também vemos tratados assuntos como a escravatura, os direitos das mulheres e o divórcio.

A escrita é fluída , com uma construção de personagens muito boa. Mulheres fortes - é do que este livro mais trata - e de escolhas, das más percepções que nos levam a seguir caminhos errados, do amor de mãe, de como por vezes a família é pior do que os estranhos.
Foi uma leitura viciante e que, quando não estava a ler, o enredo deixava-me a pensar, marca de uma história bem contada.
Apenas fiquei um pouco dececionada com o final, mas penso que dados todos os desenvolvimentos, foi o mais lógico para todos.

Kisses da vossa Geek