quarta-feira, 15 de março de 2017

Vamos Geekar com Séries #5

Séries passadas em Grandes Armazéns


Meus geeks, qual a mulher que não gosta de uma boa ida ás compras? Até a mais distraída ou menos consumista gosta. E o que pode de haver melhor do que uma department store, ou seja, um enorme espaço comercial com stands de várias marcas, tudo num ambiente (quase) familiar?


Estas séries começaram sensivelmente ao mesmo tempo e embora um delas tenha sido cancelada, porque perdeu audiências, merece uma menção, pois para mim, apesar de focarem o mesmo mundo, isso era feito em épocas distintas.


THE PARADISE


Estreada em Setembro de 2012, esta é uma produção BBC, baseada no livro de Émile Zola Au Bonheur des Dames e foca-se nos primórdios deste tipo de comércio. Começa da época vitoriana, e embora não sendo apontada uma data - pois esta é uma história ficcionada - diria que seria entre 1870-1880.
Tudo começa com a chegada de Denise a Newcastle, vinda da província, como tantas raparigas vinham, em busca de melhor vida, para assumir um lugar de vendedora na primeira loja deste género, no país.
Foi um conceito inovador posto em prática pelo seu patrão Moray, com a ajuda financeira do seu futuro sogro, grande bancário da zona.  Moray está noivo de Katherine Glendenning, menina rica, mimada e muito, mas muito ciumenta.
Denise personifica a nova mulher que está a nascer: trabalhadora com direitos, independente, sem medo de ficar para trás sem casar. Aliás, tal como as outras funcionárias da loja, todas são solteiras, embora umas mais românticas, como a  Pauline ou outras com um passado tortuoso como Clara, que lhe faz a vida negra.
É claro que Moray e Denise se apaixonam e vai haver um tanto de confusões, traições, enganos e também vitórias. Tem interpretações fantásticas e aquela "qualidade BBC" que tanto aprecio. Os cenários são fantásticos, os diálogos bem construídos.
A série, apesar de ter apenas 2 temporadas, acaba sem pontas soltas, talvez porque já soubessem que não iria haver uma 3a temporada.


MR. SELFRIDGE


Esta série, que começou em Janeiro de 2013 foi a razão apontada para que a série The Paradise tivesse sido cancelada.
Retrata a história verdadeira de uma pessoa real - Henry Gordon Selfridge, magnata americano, que estabeleceu em Londres, no ano de 1909 o famoso Selfridge´s, primeira loja neste conceito de department store. O Selfridge´s é conhecido por ter mercadoria de 1ª qualidade, as melhores marcas de gama alta e os produtos mais exóticos - "Bring the World to Selfridge´s" tal como diz na série - desde a sua fundação que é assim.
Harry nasceu no Wisconsin, com uma vida difícil, que mais tarde conseguiu transformar em grandiosidade, riqueza e alguma excentricidade. Ele é o empreendedor americano por excelência: arrogante, gosta de correr riscos, eternamente optimista.
Esta série foi baseada numa biografia, e na série apenas é retratado o período a partir do qual ele funda a loja.
Todas as desconfianças da sociedade inglesa para com estrangeiros, e, mais concretamente - estrangeiros endinheirados e de sucesso - todo o ostracismo  a que ele, de inicio, é sujeito, as rasteiras que lhe pregam, tudo isto é retratado com veracidade, integridade, e de uma forma muito vívida e cheia de ritmo e acção. Não há momentos mortos ao pé de Harry Selfridge, porque ele é o homem dos sete-ofícios em que está sempre a pensar na próxima inovação, para estar sempre um passo à frente da sua concorrência.
Jeremy Piven tem aqui o papel da sua vida, junto com um cast tanto inglês como americano de excelência, onde tudo está como deve estar - cenários, diálogo, atitudes, guarda-roupa e caracterização deslumbrantes que retratam, à medida que os anos passam na série - começamos em pouco mais que 1900 e terminamos já nos anos 20 - a evolução da moda e costumes.
A minha personagem preferida além do Henry será a Lady Mae, interpretada por Katherine Kelly, uma actriz inglesa que fazia maioritariamente novelas (Eastenders) e que, não sabendo se é personagem fictícia ou real, me parece o protótipo da "nova mulher": independente, inteligente, influente, que segue os seus próprios ditames e não se verga a ninguém. Ela gosta de conforto e luxo, mas confrontada com uma situação de violência doméstica, não pactua com a situação e liberta-se.
Também são focados  os traumas de guerra, a I Guerra Mundial em si, o vazio deixado pelos homens ao irem para a frente de batalha, as mulheres a terem que assegurar os trabalhos dantes feitos por homens, a volta dos homens e a sua reintegração na sociedade, a instrução das mulheres, o terem uma carreira....e muitos outros.


E vocês - já viram alguma? Têm curiosidade em ver? Digam-me tudo!


Kisses da vossa Geek

domingo, 12 de março de 2017

Filmes feitos a partir de peças de teatro


A propósito de Fences, lembrei-me de fazer uma listinha dos filmes que já vi e que foram adaptados de peças de teatro.


Não consigo fazer um top, pois não vi muitos e todos os que vi, gostei de igual forma. São sempre filmes intensos, de grande carga dramática e que, para quem gosta de filmes "mexidos" isto certamente é o completo oposto, pois vive muito das interpretações dos atores, normalmente belíssimas e pela pouca variedade de cenários onde decorre a ação.


GATA EM TELHADO DE ZINCO QUENTE ( CAT ON A HOT TIN ROOF)



Filme com argumento a partir a peça homónima de Tenessee Williams, é um filme que assenta na derrocada de um casamento e de todos os sentimentos maus que advêm de, ao mesmo tempo que se odeiam, eles adoram-se. Maggie, a "gata", interpretada magistralmente por Elizabeth Taylor e Brick, interpretado por "Blue Eyes" Paul Newman, são um casal à beira da ruptura, devido ao problema de alcoolismo de Brick e a briga estala quando eles vão de visita, para celebrarem o aniversário do pai de Brick, Big Daddy, que lhes exige um neto, tal como o irmão de Brick, Gooper, já lhe deu imensos. Então, as frustrações vão todas voar entre Maggie e Brick: diálogos bem construídos e dramas reais.




UM ELÉTRICO CHAMADO DESEJO ( A STREETCAR NAMED DESIRE)



Um filme a contar com Vivien Leigh como Blanche Dubois, mais uma southern belle, desta vez já passada dos anos, mas que ainda acredita que retém exatamente o mesmo charme. Ela vai passar uns tempos em casa da irmã, que está grávida, por causa de ter sido expulsa da sua cidade natal, por ter seduzido um rapaz de 17 anos, e, depara-se com um cunhado completamente bruto, interpretado por Marlon Brando. Mais uma vez, ela não resiste e tenta seduzir todos á sua volta, inclusive Stanley Kowalsky. Mais um grande filme e peça de teatro de Tenessee Williams. É famosa a frase que resume toda a vida e lema de Blanche Dubois "I have always depended on the kindness of strangers."



UM LEÃO NO INVERNO (LION IN WNTER)



Esta peça, por James Goldman tem 2 adaptações: uma de 1968, com Peter O´Toole como Henrique II de Inglaterra, Katharine Hepburn como Leonor de Aquitânia, sua esposa e rainha, Anthony Hopkins, uma absoluta estreia em cinema, como Ricardo Coração de Leão, filho mais velho e herdeiro e Timothy Dalton como Rei Phillippe de França.
Eu vi uma versão em telefilme de 2003, com Patrick Stewart como Henrique II, Glen Close como Leonor e Jonathan Rhys-Myers como Rei de França.


Numa altura em que Henrique tem a sua esposa Leonor de Aquitânia presa no castelo de Chignon, por já ter tentado usurpar o seu trono, enquanto ele foi em Cruzada á Terra Santa, e, pressentindo a sua morte iminente,  Henrique decide fazer uma reunião familiar em Inglaterra, com o propósito de nomear um herdeiro ao trono, entre os seus filhos. Mas como sempre, as faíscas verbais andam no ar e é delicioso vê-los numa cena em particular, onde eles vão receber o rei Francês, e, estando ao pé de vários dignitários, degladiam-se verbalmente, mas com um sorriso nos lábios, para que nada transpareça para ninguém. Magistral!


CASABLANCA


Um dos filmes que teve o mais baixo orçamento e que estreou modestamente. Foi ganhando fama ao longo dos anos. Narra uma história de II Guerra Mundial, em que Rick Blaine, um americano com um bar muito bem frequentado em Marrocos, numa altura em que a cidade se encontrava sob o controlo do governo de Vichy - portanto, francesa -  e do seu dilema em ajudar ou não o amor da sua vida, Ilsa Lund, a escapar com o seu marido, herói da resistência francesa, para Lisboa. Era uma rota bem conhecida da altura, pois como o porto e aeroporto de Lisboa continuaram mais ou menos neutrais, quem queria escapar dos países ocupados, tentava fazê-lo através do nosso país. Grandes interpretações de Humphrey Bogart e de Ingrid Bergman e uma lição de História muito bem dada, além de nos terem dados duas das mais famosas frases cinematográficas-" Play it again, Sam." e " We will always have Paris.


CLOSER


Um drama de 4 pessoas, interligadas entre si por laços que se vão contruindo e destruindo, ao sabor das paixões e dos ódios do momento. Uma americana chega em Londres e é atropelada. Um inglês vai em seu auxílio. Uma fotógrafa é confundida com uma outra pessoa e conhece o seu futuro marido. Um filme que, ao fim e ao cabo, retrata relações, complicada como só o amor e emoções podem ser. Tem como actores Julia Roberts, Jude Law, Nathalie Portman e Clive Owen.


E vocês - já viram algum? O que acham deste tipo de filmes?


Kisses da vossa Geek