quarta-feira, 19 de abril de 2017

Reflexões

A arte da escrita


Não acredito realmente em coincidências. Acho que há situações que se nos apresentam, em determinada altura da nossa vida e que são indicadoras de algo, que podemos conseguir interpretar ou não, mas elas estão lá.

Isto a propósito de duas leituras recentes: Paris é uma Festa e As Horas Distantes. Poderão dizer - são dispares. Sim, são! Mas têm uma vertente muito marcada: a criatividade, nomeadamente a escrita, a produção de textos. E é aí que batem as coincidências todas.



Em Paris è Uma Festa conta-se, em jeito de memória, o ambiente artístico daquele período e naquela cidade em específico. Aborda-se o processo criativo, as tricas entre escritores, amizades e inimizades que se faziam com o levantar de um copo de vinho - sim, o vinho era essencial no processo todo.

Nas Horas Distantes, o  foco vai para o segredo da inspiração - de onde vem, como é utilizada e também das consequências de uma inspiração mal usada. Também do processo de escrita e como retirar mais produtividade, como ser prolífico.

A visão do escritor é escrutinada sob uma multitude de paradigmas que podem estar todos certos...ou não. Certo, é só isto que li n´As Horas Distantes: se ficar à espera da história certa, para a passar para o papel, vai-se ter é um monte de páginas vazias. O exercício da escrita é isso mesmo: exercício. A ser feito todos os dias de forma regular, e, embora possa sofrer muita edição e corte, mas sim - todos os dias, sem exceção. Já vi várias entrevistas, a autores conceituados e a resposta deles é sempre a mesma: todos os dias escrevem, não importando se se sentem mais inspirados ou não. E não há duas pessoas que, assistindo ao mesmo evento,  o descrevam da mesma maneira.

Por isto tudo e por muito mais, vi ressurgir em mim a vontade antiga de escrever um livro. De quê ainda não sei, mas, mais uma vez - pois já tentei anteriormente - dar uma chance ao que me vai aqui dentro, ao que me apetece pôr para fora, independentemente se os outros gostam ou não. Porque a escrita é algo muito pessoal, em primeiro lugar. Quantas vezes ficamos frustrados com o rumo de um livro, dizemos que faríamos de outra maneira, armamo-nos em escritores e não fazemos uma reflexão simples: o autor escolheu este rumo porque quis, porque lhe fez sentido - quem somos nós para criticar isso?


Kisses da vossa Geek




domingo, 16 de abril de 2017

Projecto Historiquices  Maio

Catarina, a Grande

E já chegámos a Maio. Com ele, vem outra figura histórica, outra grande mulher. Grande Rainha.

Catarina nasceu em 1729, num dos muitos principados germânicos que constituíam o que hoje é designado por Alemanha. Nasceu com o nome de Sofia Frederica Augusta de Anhalt-Zerbst-Dornburg e, com 10 anos de idade, foi para  Rússia viver com a Imperatriz Isabel, para que fosse educada na corte, porque mais tarde iria casar com o seu sobrinho Pedro, Grão-Duque. Foi na sua conversão á Igreja Ortodoxa russa que adotou o nome de Catarina.
Este foi o passo mais importante para a sua entrada na corte russa. Ela fez tudo para ser aceite: aprendeu a língua, a cultura e sobretudo como evitar entrar em confronto com a Imperatriz, que era mulher dada a destemperos de comportamento.
Catarina teve um casamento infeliz, com um marido que possivelmente hoje seria diagnosticado de bipolar, o que tornou a sua vida, enquanto Grã-Duquesa, miserável. 
Após a morte de Isabel e a subida de Pedro e Catarina  ao trono, as relações entre eles ficaram piores, com ela em risco de ser mandada para um convento, por vontade do seu marido, para ele poder desposar a amante. Mas Catarina não havia de ficar quieta, enquanto o reino e a vida porque ela lutou tantos anos e com tanta inteligência, ficasse nas mãos doentes do marido. 
O que se sabe em seguida é que Pedro morreu ás mãos do irmão de Gregory Orlov, amante de Catarina e que o poder dela foi legitimado enquanto imperatriz.
O seu reinado é conhecido pela sua inclinação claramente Iluminista. Ela escreveu manuais de educação para crianças, inspiradas nas ideias de autores franceses, correspondeu-se com Voltaire durante décadas e ele chegou a estar um tempo na sua corte. Em tudo, ela procurou consolidar e aumentar o prestígio da Rússia, apenas falhando num assunto que ela nunca quis pegar: os servos.
Mas o aspeto sempre mais focado, e penso que por ser mulher, será a sua insaciedade sexual. Muitas são as lendas que giram em torno disso, sendo a do cavalo a mais engraçada e emblemática. Nunca uma mulher que alguma vez deteve o poder, passou por ele imaculada deste tipo de rumores e piadas sexistas.
Certo é que ela teve numerosos amantes, todos devidamente documentados pelas generosas doações e pensões. Mas algumas das histórias são perfeitamente ridículas, e, servem apenas para menosprezar o trabalho incansável dela.

Tinha defeitos? Sim, afinal era só humana. Mas no espaço de tempo que lhe foi concedido, ela realizou mais do que uma horda inteira de Romanovs, antes e depois dela.

Livros












Documentário


Filme


Kisses da vossa Geek